Sunday, August 12, 2007

Pai é um troço engraçado

Pai é um troço engraçado. Ao contrário da mãe, que berra quando está brava, chora e faz chantagem emocional quando está chateada, o pai não faz nada disso. Pelo menos o meu. Toda a expressão emocional do patriarca da família se resume a uma onomatopéia: “Hum”. “Hum” quando se sente contrariado com algum aviso ou pedido, “hum” quando se sente feliz com alguma realização dos filhos.

Demonstrar sentimentos é algo tão condenável, que poderia resultar em dez fins de semana seguidos levando mãe e filha para passear no shopping, como forma de auto-flagelamento. E para piorar, o Sr. Chiba tenta ainda confundir a gente com declarações contraditórias. Acontece, por exemplo, quando ganha um presente. Seria capaz de dizer a respeito da camisa que acabara de ganhar, que seria ela de boa serventia... para pular carnaval. Ou mesmo se ganhasse, de brincadeira por parte dos filhos, uma bengala, diria: “Agora sim, tenho alguma coisa com que dar na cabeça de vocês!”.

O pai, por essas e outras, me parece intocável e indestrutível. Tanto, que além de ser inspiração para os filhos homens, é também para a filha. E essa é a história de como comecei a me tornar meio mulher-homem.